Disseste-me: «Não canses a vista a olhar para mim. Vês aquela árvore a despir-se sem culpa para o Inverno? é inocente e, no entanto, foi numa destas que nasceu o fruto proibido.» Pus-me a olhar na direcção que não era a tua e senti logo na vista a tua falta. Voltei os olhos para o Verão inesgotável que há em ti e que me arrasta ao que te salta à pele. Passo as costas da minha mão pelo teu rosto para aliviar a lembrança: o que me interessa a árvore de onde saíste? «Meu tolinho, é isto que és.» e sorriste, pois sabes que tenho fome desde a criação do mundo até nós dois.
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