Ouço o som das tuas cobertas e a tua voz sussurrada num bailado de ondas do mar quando mudas de posição na cama. És uma ilha com tesouros de revelações no meio do silêncio do quarto. «Tudo sempre me acontece», dizes. É por estares viva! e para levares a memória da alegria resumida até os sorrisos de quem te ouve. E quem te estava a ouvir era eu, desde uma ilha cercada de pedras por todos os lados. Mas eu não tinha tesouros para te dar, apenas uma arca aberta para pores as tuas histórias. Uma arca encantada, para que caiba dentro aquela lua tão bela que nasceu para ti sobre as casas e para mim sobre os montes.
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