Pareço já um homem do tempo, de tanto que tenho escrito sobre o clima. Mas hoje, ao fim da tarde, havia muitas nuvens pesadas, escuras e baixas sobre Oliveira de Azeméis e senti-me obrigado a dizê-lo para descomprimir a impressão que me ficou. Quem sabe assim, expandida ao nível público, aquela marca apreendida pelos olhos vá diluir-se feito gota d'água que cai com grande impacto mas que imediatamente depois deixa de ser percebida por se ter reinventado em transparência diante da nossa súbita e excessiva atenção. O que me ficou após o mal-humorado espetáculo da natureza foi um humor que se entranhou em imagem para além da minha retina e fixou-se com unhas em um canto qualquer do espírito. Deixo-a aqui. E volto para o silêncio com espaço a mais na alma. Vou meter para ali a música da chuva que veio depois e que me faz mais jeito.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Exorcismo de nuvens
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