Hoje mantive um ponto à frente dos olhos: vértice constante para o triângulo da minha atenção. E o resultado? não me recordo de quase nada para além de estar em geometria. Um mundo inteiro para arrumar na imaginação e eu feito máquina. Que triste. Mas passou. Cheguei em casa e em menos de cinco minutos derramei café no chão da cozinha. De mãos ao alto e palavrões na boca, dei comigo no reflexo da janela ao fim do corredor. Pus-me logo em silêncio de gestos e limpei a sujeira das palavras. E mudo de espanto — uma das mãos na cintura, a outra a coçar a cabeça, uma sobrancelha arqueada — consegui quebrar o gelo do patético com uma ponta afiada de riso. Humanizei-me imediatamente.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Ponta afiada de riso
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