Eu tenho um navio. Não um real, dentro do mar. Tenho o meu na imaginação. E navega desde a minha infância. Tem cheiro, cores e texturas que ainda não encontrei igual. Não tem tripulação. Nem eu nele estou. Eu estou de fora, do alto, de longe, e vejo as ondas que vão de encontro ao seu casco enquanto ele balança em sobe e desce sob grande tempestade. Um dia hei de ter o seu leme nas mãos. No dia em que ele me for levar em definitivo, mar a dentro, o meu destino de homem já cumprido. A minha maior esperança é um porto que fica dali em diante. E seria tão belo ir-me embora assim, encharcado de vida, um leme nas mãos, uma última e tão forte, inimaginável tempestade. Seria.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
O navio
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