terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sol, fica mais um pouco.

Sol, insistes. Mas não te enganes, há gelo invisível no ar. Sinto-o a correr por entre os dedos das mãos quando ando. Ainda não está afiado o bastante e não corta, mas causa já impressão. Insiste mais um pouco, não me vás desiludir. Quero a alegria em ouro dos teus raios por mais algum tempo, pois tenho uma coisa a terminar e preciso de uma iluminação qualquer. Como essa tua luz já não muito incandescente, quase a deitar no horizonte, que acende e já não arde. Depois, prometo deixar-te em paz. E vou-te acenar em sorriso: pronto, faz o que tens de fazer. E tu, com um raio de alívio arqueado na face, vais-te pôr atrás das montanhas com um resto de nuvens por cima a te cobrir. E depois, a noite. A tua saudade.  

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