segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Deitai-a à terra comigo

Estás bem, Outono? Vejo que sim. Não agradeças, sabes que gosto de ti desde que nasci. A primeira vez que respirei foi o teu cheiro, a primeira paisagem a tua face diante da minha ainda inocente, com as rugas que um dia hão de voltar. Que seja também Outono, a condizer com a nossa aparência. Tornar-me-ei uma folha envelhecida a cair no denso silêncio da terra. Seria belo que uma folha de plátano caísse-me por cima. Deitai-a à terra comigo. Cumpriremos assim nossa condição com alguma beleza.

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