Querida madrugada, deste-me já tantas maravilhas... O meu modo de agradecer é reservar para ti um pouco do meu silêncio. Às vezes eu me sinto como um arco retesado ao limite, pronto a disparar - mas que se contém. Então vou à varanda e aponto os meus olhos no teu mistério, mas é o meu espírito que corta a distância que há, que havia, que eu pensava haver mas me enganava: a imaginação não se deixa aprisionar pelo espaço, desinventa-o; não se limita no tempo, eterniza-o.
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