sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Olá, mulher que passa!

Olá, mulher que passa pelo Largo de Trancoso! Não me ouves nem me conheces, eu sei. Sentes esta brisa? Que burro. O que estás a sentir deve ser mais que isso, deve ser o vento que responde melhor à tua velocidade. Aqui da minha inércia eu posso compreender a natureza. E o que a natureza diz é 'brisa'. Ouves mal, pude já perceber. Mulher, tu passas sempre com tanta pressa que chegas a distorcer os elementos. É pena. A brisa também passa, e nem te dás conta. Fazes-me um favor? Antes de desapareceres naquela curva ali adiante, olha para cá. Isso! Já não sou invisível. Dei-te um sorriso. Deste-me outro. Sossega. Eu sei que foi um sorriso arrancado do genérico da tua educação. Por isso, eu vou te confessar uma coisa. Não fazes nem ideia: é sobre ti que estou a escrever. Até amanhã.

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