terça-feira, 11 de outubro de 2011

Tão animado como um relógio de pêndulo

Hoje eu estive tão animado como um relógio de pêndulo. Tédio imenso. Cortaram a cabeleira dos plátanos mas quem ficou sem forças fui eu. Como dizia um amigo do Brasil: «Hoje eu fiquei apenas existindo». Eu sei que às vezes desejamos ficar assim, cumprindo horizontalmente a nossa condição. É uma maneira muito animal de se ser humano e talvez por isso tenha lá seus atrativos. Mas não foi o meu caso. Eu fui ainda mais para trás na escala em que me meteste, oh! Darwin. Não fiques aí a bradar preocupado as tuas páginas de ciências para crianças: fui de um salto só para não lembrar dos elos que ficaste a nos dever. Fui para o fim da fila que era onde estavam os meus. Talvez por isso a minha relação osmótica com os plátanos. E se me salvei da completa vegetabilidade foi porque eu não queria ter estado assim. Dia inútil. Mas tudo bem, depois a noite veio e trouxe de volta a minha humanidade.

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