quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O céu por detrás do teu sorriso

Aguarda. Descansa aí no imaginário, esse lugar de passagem. É onde tudo nasce, e depois há todo um universo a atravessar até que arrebentes realidade à fora para mostrares ao mundo o teu nome. Será que. Não, eu ainda não sei como te chamas. Ou sei? Há todo um mistério entre nós, uma névoa densa de brancura. E  pode acontecer de um dia, como quando eu ando a tactear entre os eucaliptos, cego pelo nevoeiro do futuro, esbarrar cara-a-cara contigo e as nossas mãos trançarem os dedos náufragos da vida e os nossos olhos lançarem âncoras um no outro. Quem sabe? E então a tua voz afastaria toda a névoa, mas não dispensarias o frescor da manhã para que tudo fosse novo, um início de criação. Em resposta, eu sopraria as nuvens e mostrava-te um sol jovem, limpo, dourado, sinal de riqueza vindoura. Mas tenho certeza de que eu ia me perder era em outro céu: esse que tens por detrás do teu sorriso. E a natureza? ficava para depois. Para quando nós dois precisássemos renovar o frescor já gasto de tanta pele.

Sem comentários:

Enviar um comentário