Eu disse ao Farruco: «Vou subir a montanha» Ele nem ligou, fez pouco caso como quem pensa: «Seu animal, já estamos sobre montanhas...» Mas então quem fez pouco caso fui eu e deixei-o lá a olhar para as couves, mau-humorado, pouco contemplativo. E aqui estou para tomar posse de uma paisagem que tem de ser minha. Subi três quilómetros (dois?) com nove quilos às costas, que é quanto me está a pesar escrever isto. A aldeia está lá em baixo e da esplanada deste café ouço uma serra-eléctrica afinada com outra, da minha infância. Cumpri minha missão: tomei posse da paisagem. Aproveitei e tomei um café também.
Eu não contava com o adeus do sol. Acabei recebendo este belo presente para os olhos.

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