Descuidei-me! abri a porta que dá para a varanda dos fundos e o Farruco fugiu em plena noite fria de estrelas. Saí de pijama à sua procura. Demorei a encontrá-lo, mas quando o vi estava deitado, encolhido de encontro a um muro de pedras na beira da estrada e em cima de um ramo de flores ausentes, já há muito despedidas pelo Inverno. Tremia! Peguei-o no colo e expliquei-lhe mais uma vez:
— A liberdade, cãozinho, não é isto. Isto chama-se solidão. E morrerias de frio se ficasses descoberto sob o sereno deste engano.
Ele fez que sim com os olhos e encolheu-se ainda mais nos meus braços. Voltamos para casa.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Isto chama-se solidão
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