Vem sol! abre o espaço em azul. Desata esse nó apertado de nuvens e alivia-nos com luz e calor. Já é a tua hora, astro rei. Vês? há um casal de pássaros à chuva naquele plátano ali adiante. Encostados um ao outro, esperam o momento preciso do amor, um chamamento teu em dourado e fogo. As penas tristes balançam com o vento, mas eles resistem, serenos, à espera da tua promessa que ainda não se cumpriu. Anda, luz celeste! incendeia com força e vigor o que há para ser fertilizado, que já não vejo quase nada naqueles olhinhos embaciados sob a chuva. Não te atrases mais. Eles sentem o frio de uma Estação que se enganou. Então, espreguiça os teus raios sobre o plátano e toca-lhes com vida. Não sabes? Desistir de um amor correspondido é solidão afiada em dois gumes. É a mesma ferida partilhada, e para sempre aberta.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Um casal de pássaros sob a chuva
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