Ah! Primavera, vieste. Eu já andava preocupado. Fui ali adiante e, ao passar por debaixo das árvores ao lado do cemitério, havia pólen de encantamento a flutuar. Deixava-se levar com vida, pela vida. Esperança. Todos aqueles flocos leves, brancos, incendiados pelo sol, pairando sobre o cemitério, pareciam almas que iam na direção do paraíso. Eu tentei agarrar na minha palma um pouco daquela suave alegria, mas era tão fina e sensível que, ao simples movimento dos meus dedos atravessando o ar, escapava-me. Era promessa de vida. E para que se cumpra é preciso toda liberdade possível. Desisti das mãos. Soprei forte, num sorriso, a ajuda que pude.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Pólen
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