Os teus cabelos são o mar em miniatura. Mar negro. O teu rosto, areia e sal aplainados pelo vento, figura etérea de humor solar. É fresca a tua pele, apesar do verão estampado. Enche-se de rubor quando sulcada em linhas, que é a arte dos pincéis dos dedos. As Estações, em ti, são meros adornos. Cabem todas na tua pequena estatura, desde o limite dos teus pêlos até o sem fim que tens por dentro. E por dentro és mulher: insondável, incompreensível. Um mar tão profundo quanto o da imaginação. O homem que aceitar mergulhar no teu mistério quedar-se-á encantado. Manso. Pleno. Os olhos naufragados em ti; o coração à deriva, para sempre.
sábado, 14 de julho de 2012
Olhos náufragos
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