E quando tu,
Minha amiga morte,
Me tiver finalizado,
Não direi mais nada.
Hei-de estar calado.
Para sempre.
Em silêncio prazeroso.
Eterno dali para frente.
Mergulhado em mar terroso,
Submerso, da minha vida
Inteira afogado.
O destino cumprido,
Que tu, minha morte,
Ao impor o meu fim,
Far-me-ás realizado.
Hei-de estar calado.
Não vou nem mais vão
Falar sobre mim.
Para mim, então,
jamais.
No entanto, os meus ouvidos
Serão duas flores abertas.
Para o céu. Para Ti.
E da minha boca,
Se ouvirá apenas um som:
O da terra.
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