Chuva chuva. Deixaste-me de molho e sem grandes condições de fazer valer o dia. Tenho os meus sapatos encharcados, as meias molhadas, a pesada mão da sonolência que se me abateu sobre os olhos e demais morosidades. Então chego à casa e tomo um banho a fumegar, lanço roupa limpa sobre o corpo e perfumo a pele, sinto o cabelo húmido sobre as sobrancelhas, e assim toda uma sensação de profunda harmonia restabelece o meu espírito. Como se encontrasse um lugar com as medidas adequadas para me pôr em descanso sem correr o risco de crestar as arestas da alma nos rebordos do que não me interessa, ou seja, tudo o que está para lá de onde estou. E abstrair-me do mais, exceto do som da chuva que me bate às janelas e deste sentimento que tomou o que me excedia e dispersou algures. Fico eu e o que for imediato, imprescindível, assim, na mais íntima e verdadeira forma de estar que me for possível.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Forma de estar
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