A amizade. Que coisa. Abrigo na companhia do outro. Um abraço e no entanto tudo passa-se por debaixo da pele — mas onde? se por debaixo da pele é o invisível do ser humano? Coisa absurda — e tão possível: sentimento que trespassa um corpo para ir se alojar em outro, mas sem se perder. Há poucos dias estive com um grande amigo. E foi como estar no mundo em perfeição — que é quando não damos pela nossa ausência nele. Mas eu não sei dizer esse afeto. Muito menos escrevê-lo. Talvez nunca saiba. E não faz a menor diferença porque a amizade dispensa palavras. A amizade é ser o outro, sem deixar de sermos nós mesmos — sempre assim. E tanto faz se no excesso das letras ou no mais absoluto silêncio. Tanto faz.
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