segunda-feira, 29 de julho de 2013

Tudo é tão pequeno, diante do mar

Diz, meu amigo. Diz-me com quantas histórias faz-se uma vida? Vais vivendo umas poucas e então, de que valem? Aterras os pés na areia mas vem o mar e leva tudo, e tens de fazer força, tens de fincar os dedos na esponja úmida da praia quando o mundo parece girar sem gravidade. Como a tua expressão quando acontece, só que figurada: grave, apesar do sorriso. O chão que pisas é nuvem. Tantas formas. Tão frágil. Basta uma onda. Só uma. E ficas a olhar a vida que se mexe por entre os dedos, miríades de animais minúsculos sob os teus pés. E tu, dizem, és tão grande. Mas o destino de ambos, diante do mar, é sempre tão pequeno. É o mesmo.

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