Lua, mostra-te mais um pouco. Há um véu entre nós. Um véu branco como tu, mas mais suave e sem o teu brilho. Já vejo as montanhas. Silhuetas. Está tudo tão quieto. Mas o sino quis estragar a minha frase e tocou as horas no campanário: são duas. E agora, depois da voz difícil do tempo, novamente o silêncio. Ninguém. Só eu. Um cão, a sonhar sobre os meus pés. E tu, a fazer-te de difícil. Vou soprar mais forte. Temos apenas um céu entre nós. Parece muito, mas é tanto. Quem foi que disse que saber é suficiente? Não é. Creio que tu o sabes. E por isso mesmo escondes-te. E eu, procuro-te.
Sem comentários:
Enviar um comentário