A chuva faz barulho além das janelas do café de Trancoso. Apetecia-me estar na esplanada. Estive até não mais poder. Vontade de ar livre no cabelo; de folhas úmidas sob os pés; de luz baça como a de hoje; do reflexo das nuvens em minhas retinas; de ter expectativas secretas, invioláveis, das quais eu possa prescindir simplesmente por querer exercitar uma vontade qualquer que me deu, sem explicações. Vontade de ser e estar, sem mais. De ver o tempo que não passa. E de também não passar, com ele.
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