Que há contigo, primavera? No Brasil é que a hora e lugar do outono. Em Portugal as flores imploram por um pouco de calor para enfim fabricarem as cores pelas quais ansiamos e temos direito. Trago os olhos cinzas. Como hei de apreciar aquela flor lilás que nasceu à força numa fresta daquele muro ali fora, em meio a uma dureza ancestral? Pedro, o que há contigo? Move os teus braços, espanta todas as nuvens e põe um sorriso em tua face de pedra. Já estou farto de melancolia. Ando saturado com a natureza, que cismou com a sépia. Põe as manguinhas de fora, que já é hora. Já passou. A primavera era para ontem. E tenho pressa.
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