terça-feira, 1 de abril de 2014

Ventania. E um cãozinho tolo que só ele.

Venta muito. Vento que assobia alto de encontro às portas e janelas. Estou na cozinha. A lareira apagou-se. Foi natural. A lenha deu o que tinha de dar, mas perto do fim engoliu para si as poucas chamas que restavam e ficou a abrasá-las ainda por muito tempo. Depois, enfim, cinzas. A cozinha tem duas portas: uma para a frente e outra para o quintal dos fundos. Estamos no alto, acima da estrada e na beira e a meio caminho de um elevado: e a casa vai levando fortes tapas de vento no lado esquerdo da sua cara de alvenaria, na face que dá para o quintal. Estive um tempinho em silêncio, a ouvir tudo isso. E sem querer imaginei a casa sendo arrancada e capotando de lado vale abaixo e adiante. Giros e giros até ser pequena lá onde a vista não alcança. E o Farruco, coitado, latindo desesperado, correndo atrás. Pus-me logo a rir. Cãozinho tão doido, meu Deus. Até em uma imaginaçãozinha tola destas ele faz graça.

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