domingo, 18 de maio de 2014

Lâminas de sol nos estores

Vê o sol. Sol ameno. Luz dourada que atravessa os estores. Lâminas que não nos ferem a pele. Os teus pelos atentos em um arrepio quase imperceptível porém prolongado. Lâminas que revelam o pó que acordou antes de nós e paira em espera. Quer as janelas abertas. Não as vou abrir. Ainda não. É tão cedo. Deixemos o mundo lá fora. Que fique do outro lado toda aquela gente que corre. Não digas nada. Não te mexas. Olha apenas aquelas lâminas de sol. Do sol que te dou. Toma. São sete lâminas que atravessam persianas que não nos pertencem. Não te ferem a pele. Eu sei que não. Deixa-me estar mais um pouco assim, a ver a atenção dos teus pelos. Estão em pé. Nós? Nós não. Nem tão cedo.

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