Escrever é riscar com as unhas o vento que bate ao rosto - gestos estranhos, muitas vezes exagerados, quase sempre incompreensíveis para a maioria das pessoas.

Porém, ao prestar-se mais atenção, vê-se sempre no rosto do escritor um sorriso de lado, certa ironia, algum desdém. O mundo inteiro se ajusta às suas mãos enquanto escreve. Depois, a obra já publicada ou esquecida sobre a mesa, ele vai até à varanda, espreguiça-se, boceja, acha qualquer paisagem deslumbrante, e finge que se esquece.
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