domingo, 30 de outubro de 2011

Ternura para três dias

O seu dedo indicador subiu em sagrada velocidade até a face dela e tocou-lhe no lado direito (do ponto de vista do mundo). Um toque leve, já que a pele era mera coadjuvante e deveria sair rapidamente da cena. Ela viu o dedo crescer diante da paisagem até tornar-se uma imagem difusa e então sentiu o toque no rosto, uma ligação na parte finita da sua alma, um ponto de calor na sua pele. Tinham silêncios na boca e os olhos de ambos estavam muito próximos, a três palavras de distância: «Eu te amo», e que não foram ditas para os meus ouvidos: privaram-se entre lábios, ele a proteger com o carinho das suas mãos cada lado do rosto dela. Deixo-os na eternidade deles e sigo no meu adiante. Levo a alma cheia de ternura para três dias.

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