terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Cisma de eternidade

As memórias que fotografamos quando ainda não o são. Prendas que embrulhamos para o futuro. Fragmentos de vida compactados nas imagens que, um dia, seja a ansiedade alegre ou o receio triste, desembrulhamos com os olhos. Que invenção tão humana! uma máquina do tempo feita de papel encantado para fazer voar o espírito. O que fazer com toda essa nossa cisma de eternidade? Não sei. Mas posso pôr diante dos olhos uma fotografia antiga e saciar uma ponta de desejo. É pouco o que se sacia. É beber da água do mar quando é tanta a nossa sede. Somos assim. Quem sabe? Deve ser da natureza do homem gastar a sua vida tentando não sê-lo.

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