Tarde de sol. Mas o frio escondeu-se nas sombras, mesmo nas mais vulgares. Um dedo que atravesse um fio sombrio de uma videira retorcida congela-nos o indicador e já não indicamos mais nada: logo retraímos em sonoros uis a carne fraca, os ossos obedientes e insensíveis, nosso arcabouço animal. Pensei no calor. Saudade de sentir-me aquecido e de derreter-me em suor e maldizeres. Saudade de sentir saudade do Inverno quando for a hora de não sê-lo. Essa nossa inquietação.
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