Vamos envelhecer, cada um com a própria vida. Houve um tempo em que eu acreditei que fosse a minha e a tua uma vida partilhada. Mas não. E agora? O que eu vou dizer de ti na hora da minha morte? Como presto contas do que não aconteceu além da suposição? Hoje pus-me a pensar no sentido de haver-mo-nos conhecido, desse nosso encontro num mesmo sítio de um mundo imenso, de termos um ponto em comum na nossa história. Qual a validade dessa mistura de alegria e sofrimento que é o amor? Para quê? Onde o sentido, se nem mesmo restaram consequências além de uma nesga de memória para a posteridade e que deve servir apenas para a nossa distracção quando chegar o tempo da velhice? Por enquanto é bom que hajas existido além de ti numa parte que me toca a recordação. Não sei explicar. Não sei. É uma memória órfã e, como tal, sente falta de quem a pôs no mundo. Neste caso, num mundo só meu.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Qual o sentido da tua aparição?
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