Há uma linha entre o imaginado e o real, a qual se deve transpor muito frequentemente para a devida manutenção da sanidade. Eu já o disse. Mas dizes-me que encontras certa dificuldade nesse atravessar. Primeiro por seres imaginativo por natureza; depois, por ser uma faculdade que foi dessensibilizada desde a época dos teus esoterismos, quando te alimentavas de autoafirmações e chamamentos para uma realidade que só existia na tua invenção; e que quase sempre não coincidia muito bem com a dos outros, que vagavam pelo excesso do outro lado e que eram tão loucos quanto. Agora, quando precisas chamar a ti mesmo e a sério, as engrenagens põem-se a ranger os dentes. Se ao menos fosses condenado pelos teus atos, mas não. Nem mesmo os cometes com intencionalidade, pois as ações que levas a cabo quase sempre são forçadas pelo acaso ou pelas circunstâncias. Assim, com o tempo em desuso, a linha entre os dois extremos da tua humanidade se endureceu. E agora andas para aí aos murros tanto com o real quanto com a imaginação, visto a tua inatividade nem sempre resultar em algo. Até o acaso cansa-se, meu amigo. Enfim, agora vais ter de criar novos calos na vida. Eu já te disse, mas não custa repetir antes que enlouqueças em definitivo.
sábado, 12 de maio de 2012
A linha entre o imaginado e o real
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