quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Céu cinza-fumo

O céu tem um tom cinza-fumo. Quase não se vê a distância, só o perto. Tenho a vista encurtada pelas queimadas, estão algures. Não se vê o vermelho — tudo cinza. Cinza-fumo. Devia ser a cor da morte, não o negro de costume. Devia ser a cor do crime, porque às vezes é. Gente que mete vermelho ao verde e da mistura saem doses imensas de sombras cinzas que descem sobre as aldeias. Crime cometido contra o verde — sua cor inimiga. Gente que perde o que tem ou nunca teve mas que era como se. Inclusive a vida. Um véu sinistro cobre os montes. É quando pensamos em pôr o Verão no desemprego, ainda que ele venha fazendo um bom trabalho e não mereça o despedimento.

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