sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Um pequeno sol na lareira

São trovões? não, não. Deve ser o vento. É sim. Encostei o ouvido nos estores e ele soprou-me qualquer coisa a confirmar. Mas nem precisava, só a sua presença é já palavra. Os pinheiros fazem som de ondas do mar, eu já disse? Estou a ouvir. Senti meus pés úmidos e tive areia entre os dedos, os da imaginação. Rápido, imagina outra coisa! acabaste de sair do banho e não convém. Então tranco os estores com o silêncio aqui dentro. Preparo o chá. Apago as luzes. E o meu rosto é uma aparição diante de ecrã do computador. Escrevo a primeira frase: tenho uma praia entre as montanhas, mas preferi a companhia do pequeno sol que vi nascer esta noite em minha lareira. Faço uma correção: é melhor que seja a penúltima frase.

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