Não adianta, estrela cadente! és bela, mas fugaz. Não vais conseguir tirar a minha atenção da Ursa Menor além do tempo da tua curta aparição. Ela é tão pequenina. A beleza que lhe vejo não cabe inteira nela e então cai aqui em baixo em brilho certeiro, apontado para os meus olhos. E se olho para o céu estrelado, é por ela que procuro primeiro. Então, e às vezes muitas vezes, surges. Entrevejo pelo canto de um olho um rabisco azul a desenhar o céu, como se um anjo, de brincadeira, fizesse faísca com o dedo no teto celeste. Incandescente, cruzas uma pequena extensão se vista aqui da Terra, mas não se vista do espaço. Consomes-te tão depressa; assim, como o riscar de um palito de fósforo que não chegou a acender. Então volto o meu olhar embevecido para aquela constelação, a Ursa Menor, com um sorriso guardado para dentro dos lábios, refletindo nas minhas retinas aquelas poucas estrelinhas e fazendo delas ainda mais belas por se duplicarem em mim. E os olhos, estrela cadente, deves saber, são as janelas do espírito. Têm de estar sempre bem abertas se o queremos manter bem arejado. Não me leves a mal. Vou sempre fazer um pedido para deixar bem claro a tua importância. Apesar de tudo, será que mo vais atender?
Sem comentários:
Enviar um comentário