Pensei que nesse retorno à terra da nascimento eu fosse escrever crônicas de ostentação por estar a viver há quatro anos em euros mas nem pensar. Para viver no Brasil tem de se ser rico. E volto a este assunto por estar realmente assustado. Preocupado com os meus amigos e o que restou de família por cá. Como disse minha amiga Gisele: «Não, a moeda corrente não é mais o Real e sim o Surreal» É moeda de primeiro mundo. Lá em Portugal estamos em crise e, coitados de nós, temos de pagar muito mais barato por tudo. É o jeito. Disse muito bem a Adriana, amiga aqui do Brasil que também está a viver em Portugal: «É mais fácil ser pobre aqui», ou seja, lá. E é. Crise Europeia? depende do modelo de comparação. Eu nasci no Brasil e a crise aqui naquela época já era quase adolescente. Cresceu, está madura e não quer envelhecer. Somos países irmãos, ou pai e filho, mas calhou-nos ter os preços trocados de lugar. Quem colhe o fruto do trabalho em euros não poderia viver de câmbio no Brasil. Só mesmo de passagem, em férias, e com muito cuidadinho para a travessa de comida não ir ao bolso demasiado fundo e abrir um buraco. Não sei o que andaram a fazer com o Brasil depois que eu deixei este país. O que é isso? ou melhor, quem foi? pior que eu sei. E não há nada a fazer, pois o fazer vem sempre tarde demais.
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