quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Folga do espírito

Tarde silenciosa. Olho para o teto branco-gelo, deitado no sofá. A porta da sala está fechada. Escuridão saudável, por estar de acordo com a minha vontade e ser flexível. Bastaria abrir a porta. Se eu a abrir, é a escuridão que sai? ou será que a luz solar é que virá a galope montada no mormaço e tomará posse de tudo, expulsando a escuridão para não sei onde mas com certeza um lugar de esquecimento, até de noite, eu não sei. E tenho preguiça de saber. Então fico aqui, estendido, as pernas dependuradas para além do sofá, balançando, monótonas, num ritmo ancestral. Ser carne. Dei folga ao meu espírito, que hoje saiu só e não disse aonde nem quando volta.

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