E agora esta. Os atendentes de loja e telefone do Rio de Janeiro estão tramados em me irritar. Deram agora para me corrigir o seis para o meia, como se eu fosse um alienígena recém baixado na Terra e ainda não soubesse dizer os números. Não entendo. A cisma transformou-se em hábito? Se digo um dois seis, perguntam-me: desculpe, senhor, um dois? Repito: um dois seis. E eles, em tom de espanto e correção: um dois MEIA, não é, senhor? Digo sim, isso mesmo, seis. E o atendente repete, já sem grande paciência, como se disso dependesse a continuação do nosso diálogo: então é um dois M E I A, não é, senhor? Tento me explicar: querida(o), é seis, mas diz-se meia (dúzia), feito gíria. Eu também dizia assim, mas como em Portugal o seis é seis mesmo voltei chamá-lo pelo nome e não pelo apelido. E aí do outro lado acontece um silêncio. Devem pensar: quem este indivíduo pensa que é para dizer que o seis é seis? E eu, do lado de cá, xingo-os: que burro! isso era lá coisa para questionamentos? E ficamos assim, numericamente estranhados. Não sei o que faço. Só sei que não vou voltar a dizer meia quando tiver de dizer seis. Que ideia. E tenho dito.
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